As bailarinas negras e o ballet clássico

“Uma vez ela perguntou assim: ‘Qual é a chance de uma bailarina negra no Brasil pro Teatro Municipal do Rio de Janeiro?’. Eu falei: ‘Nenhuma, querida. Mas eu vou te ajudar pra você ir para uma companhia estrangeira’.”

Mariza Estrella, diretora do Centro de Dança Rio, no documentário “Only When I Dance”, sobre uma conversa com a bailarina brasileira Isabela Coracy.

Independentemente do talento, da vocação, das habilidades físicas, uma bailarina não pode sonhar com o mais alto posto da maior companhia de dança clássica do seu país por causa da cor da sua pele. Qual é o nome disso?

Muitas vezes camuflado por outras denominações, a ausência de bailarinas negras nos altos postos das grandes companhias de dança nada mais é do que racismo. Há pouco mais de um ano, fiz uma pesquisa sobre companhias dos cinco continentes (aqui e aqui). Não há uma única primeira-bailarina negra nas grandes companhias de dança ao redor do mundo. Nenhuma.

Por favor, guardem para si as justificativas, pois todas elas podem ser facilmente refutadas. Na dúvida, releiam o começo do texto. Não importa quantas barreiras serão transpostas para uma menina negra tornar-se bailarina clássica profissional. Mesmo que ela chegue lá no topo, alguém lhe dirá, ainda que indiretamente: “Sinto muito, aqui não é o seu lugar”.

Bailarinas em Ruanda. Fonte: This is Africa, Our Africa.

Durante quase dois anos, mantive uma página do blog no Facebook. Essa foto foi a mais curtida, compartilhada e comentada. Todo mundo se desmanchou de amor por essas pequenas bailarinas. Mas o que acontece quando elas crescem? O encanto acaba? Fazer ballet quando criança tudo bem, mas querer ser profissional já é demais? As princesas, as fadas, as camponesas não foram feitas para as mulheres negras? É isso o que o ballet vem dizendo há 300 anos.

Jenelle Figgins, em Gloria, Dance Theatre of Harlem. Foto: Matthew Murphy.

O racismo é estrutural, ele cresceu e criou raízes nas entranhas da sociedade. Alguém diz que não é racista, mas torce o nariz ao ver uma Giselle negra. Profere discursos sobre igualdade racial, mas em uma audição para escolher a mais nova bailarina da companhia, escolhe a branca em detrimento da negra, mesmo que as duas estejam em iguais condições artísticas. É professora de ballet e sorri docemente para todas as alunas, mas jamais coloca a melhor bailarina da turma no papel principal porque ela é negra. O sonho morre naquelas pequeninas da foto, que se sentem princesas quando meninas, mas adultas não poderão ser Aurora.

Mesmo com todos os nãos, estas são algumas bailarinas que ultrapassaram essa barreira e fizeram história.

Da esquerda para a direita: Janet Collins, Raven Wilkinson, Lauren Anderson, Aesha Ash.

Janet Collins foi a primeira bailarina negra a dançar no The Metropolitan Opera, em Nova York, mas antes havia passado na audição para o Ballet Russe de Monte Carlo. Não integrou a companhia, porque teria de pintar a pele de branco para se apresentar.

Raven Wilkinson foi uma das primeiras bailarinas negras dos Estados Unidos a integrar uma companhia, justamente, o Ballet Russe de Montecarlo. Acabou abandonando a carreira por causa dos constantes ataques que os bailarinos sofriam por causa de sua presença. Ela contou sua história no documentário “Ballets Russes”, de 2005.

Lauren Anderson foi a primeira bailarina negra a alcançar o topo de uma companhia, foi primeira-bailarina do Houston Ballet de 1990 a 2007. Depois da aposentadoria, continuou trabalhando no Houston Ballet e dá aulas como convidada em companhias ao redor do mundo.

Aesha Ash fez parte do New York City Ballet, mas acabou sendo praticamente convidada a se retirar da companhia e seguiu carreira no Béjart Ballet Lausanne e Alonzo King LINES Ballet.

Elas abriram caminhos para outras bailarinas que hoje conseguem uma notoriedade que suas antepassadas nem sempre conseguiram.

Da esquerda para a direita: Misty Copeland, Céline Gittens, Michaela DePrince, Precious Adams.

Misty Copeland, solista do American Ballet Theatre, é a mais influente. Além de ser uma grande artista, ela trabalha ativamente pelo espaço das bailarinas negras na dança profissional e é responsável pelo empoderamento de milhares de meninas. É raro alguém do meio não conhecê-la.

Céline Gittens é solista do Birmingham Royal Ballet. Em 2012, ela e Tyrone Singleton foram os primeiros bailarinos negros a dançarem juntos na Inglaterra os papéis principais de “O lago dos cisnes”. Esse repertório existe há quase 150 anos. Agora, façam as contas de quanto tempo demorou para isso acontecer.

Michaela DePrince participou do documentário “The First Position” e sua história ganhou o mundo. No começo, isso ofuscou o seu talento, mas depois de integrar a companhia júnior do Het Nationale Ballet/Dutch National Ballet, aos poucos trocaram a história da sua vida pela sua carreira artística. Ela já subiu um posto e está quase no corpo de baile da companhia.

Precious Adams estudou no The Bolshoi Ballet Academy, na Rússia, e ouviu de um professor para deixar a sala por ser negra. Também disseram para ela lavar a pele, para a cor sair. Em uma daquelas belas surpresas da vida, foi uma das vencedoras do Prix de Lausanne, ficou em segundo lugar, conseguiu uma bolsa de estudos e hoje faz parte do corpo de baile do English National Ballet. Talvez esse tenha sido um dos maiores avanços no mundo do ballet em relação ao racismo.

Precious Adams, “Variação de Aurora”, terceiro ato, Prix de Lausanne 2014.

Eu me concentrei nas bailarinas porque elas são o nosso espelho: escolhemos as nossas preferidas e queremos ser iguais a elas. Além do mais, as mulheres negras sofrem duplamente, pelo racismo e pelo machismo. Isso não significa que bailarinos negros não passem por uma série de percalços, mas encontrá-los no topo da hierarquia é mais fácil. Carlos Acosta é um deles.

Também é importante ressaltar o trabalho de algumas companhias formadas basicamente por bailarinas negras e bailarinos negros, como o Dance Theatre of Harlem e o Ballet Black. A Alonzo King LINES Ballet mantém um elenco misto, que deveria servir de modelo para todas as outras. A qualidade artística dessas companhias é de encher os olhos.

Por fim, e a Isabela Coracy? Depois de passar pela Companhia Brasileira de Ballet, São Paulo Companhia de Dança e Companhia de Dança Deborah Colker, ela é bailarina do Black Ballet.

Ainda há um longo caminho para o racismo acabar. Para isso, é necessário um trabalho conjunto, de educação e de reconhecimento de privilégios que não deveriam existir. O protagonismo dessa luta sempre será das pessoas negras, mas a responsabilidade é de todos. Para que nunca mais uma menina negra ouça que não pode ser primeira-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro pelo simples fato de ser quem é.

Para mais informações:

Vídeos

“Blacks in Ballet”, vídeo em inglês, aqui.
“Being a Black Dancer”, Misty Copeland, vídeo em inglês, aqui.
“Black Woman in Classical Ballet”, mesa redonda com Virginia Johnson, Raven Wilkinson, Misty Copeland e Ashley Murphy, vídeo em inglês, aqui.

Matérias

“Where Are All the Black Swans”, matéria do The New York Times, em inglês, aqui.
“Where Are All the Black Swans”, matéria da Pointe Magazine, em inglês, aqui.

Entrevistas

Ashley Murphy, Ebony Williams e Misty Copeland para a Pointe Magazine, em inglês, aqui.
Misty Copeland para o The Huffington Post, em inglês, aqui.
Lauren Anderson para o Dances avec la plume, em francês, aqui.
Lauren Anderson para o Ballerina Guru, em inglês, aqui.
Raven Wilkinson para a Pointe Magazine, em inglês, aqui.

Texto

“Na pele”, texto de Cyndi Oliveira, aqui.

23 comentários sobre “As bailarinas negras e o ballet clássico

  1. Olá,Cássia. Acabei de ler seu blog,não tive como não ficar emocionada e chocada com tamanho racismo que existe neste meio tão belo como o ballet! Sou uma fã declarada e apaixonada por ballet e já tive o privilégio de ver de perto a Misty Copeland dançar. Ela é e sempre será uma verdadeira rainha com a sutileza e leveza de seus movimentos encantadores! Realmente os europeus,de todos são muito,mas muito racistas e eles não têm vergonha de falar na cara não,já vi isso acontecer com algumas pessoas…nós não conseguimos e acho que nunca conseguiremos entender o racismo,sabia? Enfim…seu blog está maravilhoso viu? Amei lê-lo,
    Beijos

    1. Brunna, você assistiu à Misty de perto, que privilégio! Você falar sobre o racismo europeu só endossa o que li sobre bailarinos e bailarinas da Ópera de Paris (e provavelmente não só lá) dizerem que não existem motivos para haver artistas negros e negras nas companhias porque não condiz com a “cultura ocidental”. Também já vi desmerecerem a Misty, se referiram a ela como “midiática”. O mundo está mundando e essas pessoas ainda não perceberam que ninguém mais aceitará esse tipo de conduta. Além disso, não vai demorar muito para as bailarinas negras serem cada vez mais comuns nas companhias, aí quero ver a cara dessa turma. Obrigada pelos elogios ao blog, sinta-se sempre em casa por aqui. =) Grande beijo!

  2. Não vamos esquecer da nova divina Mercedes Baptista, que foi a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que era vaiada e se retiravam do teatro municipal quando ela entrava em cena, mas ela nunca deixou de acreditar que seria bailarina ou tão pouco de dançar.

    1. Alcir, excelente lembrança! Erro meu em não citá-la no post, mas em breve vou corrigir isso e fazer um post apenas sobre a Mercedes Baptista. É o mínimo que devo fazer. Grande beijo.

  3. Minha filha é bailarina já está no 3 ano de ballet clássico. Sei que teremos desafios mas se é o que ela quer iremos até o fim.

    1. Karina, que bom ler seu comentário. Mesmo com os desafios, que sua filha chegue muito longe e seja a bailarina que sonha ser! Torcerei muito, mas muito, por ela! Grande beijo.

  4. Cássia, não sei se vc conhece o trabalho de Regina Advento, mineira, que começou dançando no corpo e hoje dança no Pina Bausch. Excelente bailarina!

    1. Maria Carmem, conheço sim. A primeira vez que a vi dançar foi nos meus tempos de teatro, a nossa professora de expressão corporal passou um vídeo de um espetáculo da Pina Bausch e logo nos falou: “Essa bailarina é brasileira”. Por isso, sempre que ela aparecia em algum lugar, eu prestava atenção. A Regina Advento é maravilhosa, né? Beijo grande.

  5. Quando eu tinha uns 5 anos fui fazer minha primeira apresentação do ballet no coleginho. Um menininho chegou perto de mim e perguntou:
    – Vc vai dançar ballet?!,
    eu ansiosa e inocente respondi: – Sim!! =DD , Pq?!,
    ele impiedoso mas verdadeiro retrucou: -Eu nunca vi preto dançando ballet…risadinhas
    eu ,chocada , mas determinada respondi:-Mas então, vai ver AGORA!!!!
    Dancei super felizinha, mas mal sabia esse garoto que matava em mim, tão pequenininha, a pureza e sonhos de uma criancinha em fazer o que eu gostava e sabia bem. Hj, já velha mas consciente, depois de ter passado por vááárias danças, cias, escolas e estilos diferentes( street, forró ,samba, zourk, tango, bolero, danca do ventre, contemporânea),volto ao ballet apenas por diversão…sem que a fala de ninguém mate de novo minha vontade de fazer o que eu gosto por conta de esteriótipos.

    1. Andrea, ele foi muito mais impiedoso do que verdadeiro. Até podemos dizer “era uma criança”, mas só mostra como a coisa começa na tenra idade. Ele disse isso porque aprendeu com alguém (em casa, provavelmente) e ainda riu na sua cara. Infelizmente, o ballet ficou de lado por tanto tempo na sua vida, mas fiquei feliz em saber que você voltou, mesmo que tenha sido por diversão. A bailarina que volta em você continua firme e forte! Beijo imenso!

  6. Nossa, eu realmente não tinha parado pra pensar em como eu nunca tinha visto uma bailarina negra dançando um papel principal além da Misty Copeland. Talvez pelo fato de no estúdio onde faço aula não ter esse problema (Inclusive a última bailarina destaque era negra), eu nunca me dei conta de quanta injustiça as bailarinas negras devem enfrentar por aí. Por isso, parabéns pelo texto, Cássia, acredito que ele vá conscientizar muita gente. E eu espero que realmente um dia o mundo do ballet clássico mude para melhor: sem racismo, sem ditadura de corpos, mais diversidade. É o que precisamos. Até mais! 🙂

    1. Jinnye, o racismo é tão forte na nossa sociedade que não nos damos conta dos seus desdobramentos. Raramente alguém questiona por que existem apenas bailarinas brancas nas grandes companhias de dança, afinal, sempre foi assim e deixemos isso para lá. Mas as coisas estão mudando e é apenas o começo. Grande beijo.

  7. Engraçado que não lia o blog há muito tempo, e logo na minha volta vem algo tão forte e marcante pra mim como bailarina frustrada. Estava do lado do meu grande amigo quando ele começou a ler, e quando vi que era o seu blog fiquei triste por ter deixado de acompanhar. Agora estou mais triste ainda porque finalmente me caiu a ficha de que eu sempre quis ser bailarina, mas o racismo que me cercava quando criança-adolescente no ballet foi tão impactante (inconscientemente) que de uma certa forma “mudei” de rumo e acabei me tornando atriz. Posso ter mudado de rumo, mas o rumo não me mudou, continuo dançando e desejando dançar cada vez mais, apesar de já estar muito machucada fisicamente e “velha” demais para dançar um pas de deux como gostaria (porque automaticamente me veio a música do pas de deux da fada açucarada, que vira e mexe vem me sacudir). É bem triste pra mim, mas caiu a ficha logo no início do texto que o que eu sempre quis foi ser bailarina, mas o mundo do ballet não me quis. Agora não posso mais voltar aos meus 17 anos e fazer tudo diferente, mas posso daqui pra frente tentar recuperar o que perdi durante anos de confusão comigo mesma. Sempre arrasando o blog, Cássia. Obrigada (:

    1. Dandara, ler um comentário feito o seu é de desmanchar a gente por dentro. Quantos sonhos não morreram antes mesmo de tomar forma porque o racismo matou todos eles sem dó. O ballet continua dentro de você, sua alma é de bailarina e não precisa mais deixar sua Fada Açucarada de lado. Infelizmente, não dá pra voltar e recomeçar, mas ainda é possível realizar pelo menos um pouquinho do seu sonho. =) Imenso beijo.

  8. Nunca vou entender essa distinção! São bailarinas, não são? Dançam bem, não dançam? Pq não deixá-las alcançarem os postos que merecem? Que raios de diferença faz a cor da pele? É o esforço, o suor diário, o talento que deve contar, não altura, peso, cor da pele, tipo de cabelo! Pombas, é revoltante ver como até hoje cor é critério pra QUALQUER COISA que seja, mas no ballet é ainda pior, porque é um mundo “mais fechado” pro público geral e vela-se o preconceito de tal forma que diretores e responsáveis de companhias do mundo todo ainda se abrigam atrás de várias desculpas para não colocar essas bailarinas nos lugares merecidos! Misty Copeland dança de uma forma que me deixa sem palavras, PQ AINDA NÃO É PRINCIPAL? Me revolta essa diferença, me deprime que o mundo ainda seja tão preconceituoso – mas ver como a própria Misty é maravilhosa, seja dançando, seja advogando pelos direitos das bailarinas negras (e, consequentemente, das mulheres negras) me dá uma certa esperança de que, um dia, as coisas sejam diferentes!

    1. Marina, infelizmente, sabemos como o mundo do ballet é elitista, preconceituoso e racista. Ele pega o que existe na sociedade e multiplica por mil. Pior, todas essas coisas são expostas claramente, como se fosse algo normal e aceitável. Mas aos poucos as coisas estão mudando, a Misty ainda é solista, mas é mais reconhecida que muitas primeiras-bailarinas por aí. A Micaela está na base da hierarquia e já tem um grande reconhecimento. Além disso, o novo diretor da Ópera de Paris já deixou claro que o ballet não reflete a sociedade e isso precisa mudar. Não duvido que teremos uma étoile negra antes do que imaginamos. Por fim, você já assistiu ao documentário “Olhos azuis”? Uma professora americana inverte as posições de opressão e coloca pessoas de olhos azuis em situações pelas quais as pessoas negras passam há tantos anos. Há quem chore copiosamente, fique indignado. Ué, mas quando é com pessoas negras, tudo bem? A imagem não está muito boa, mas vale muito a pena assistir: https://www.youtube.com/watch?v=AeiXBLAlLpQ Grande beijo.

  9. Arrasou Cássia! Amei seu post…
    Enquanto lia, lembrei de uma outra bailarina negra que fez carreira no Dutch National Ballet, a Marisa Lopez.
    Ela foi bailarina principal lá e dança muito!!!! Olha esse vídeo onde ela faz um solo em Who Cares? de Balanchine:

    Não sei se já parou de dançar, mas que talento independe da cor de pele, ah independe…

    1. Julimel, eu não conhecia a Marisa Lopez. Eu fiquei arrepiada, ela faz Balanchine parecer a coisa mais fácil do mundo! Sem exageros, eu nunca vi uma bailarina fazer brisés com tanta leveza e habilidade. E os braços? Pena que o post está feito, ela teria de ser citada. Mas vou atrás de mais vídeos dela para publicar no blog. Muito obrigada! Beijo imenso.

  10. Cássia, uma coisa que você falou é importantíssima: qualquer comentário que tente dizer que uma mulher negra não tem as qualidades necessárias para ser uma bailarina clássica é racismo. Até porque é só ver Precious Adams dançar pra saber que não tem cabimento sequer pensar uma coisa dessas.

    Mas existe algo essencial para se combater esse problema: o imaginário. Enquanto continuarmos imaginando mulheres brancas em tutus, haverá racismo no ballet. Eu arrumei briga em outro blog falando isso (você deve se lembrar), mas insisto: que passemos a imaginar Giselles negras, Nikyas pardas, Swanildas caribenhas. Que alguém tire da cabeça desses diretores de companhia que ter uma mulher negra no meio do corpo de baile é desarmônico.

    Ano passado, duas meninas negras fizeram solo no festival. Foi muito legal! Mas infelizmente são poucas as professoras que pensam assim.

    1. Melissa, o nosso imaginário é construído pelo que vemos ao longo do tempo. Se o ballet só mostra bailarinas brancas há 300 anos, como imaginar uma Odette negra? Por isso, não basta imaginar, nós temos de ver. A bailarina branca não surgirá automaticamente na nossa mente quanto mais vermos bailarinas negras no palco, nos papéis principais, nos solos, no corpo de baile. E sabe como cabeça de diretor de companhia muda? Audiência. Misty Copeland lotar teatro, Michaela DePrince virar notícia, Precious Adams ganhar prêmio. Da nossa parte, temos de compartilhar vídeo com bailarinas negras dançando, publicar fotos, falar disso o quanto for possível. Isso levará tempo, mas acredito que vai mudar. Tem de mudar. Grande beijo.

    1. Natalia, fico feliz que você tenha se emocionado. E, o mais importante, que todos temos responsabilidade sobre isso. Grande beijo.

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