Véronique Doisneau

Poucas vezes eu afirmei com tamanha convicção: “Por favor, assistam!”. Quem compartilhou essa grandeza foi a querida leitora Maria Eduarda. Para você, meu muito obrigada.

Em meia hora, a bailarina Véronique Doisneau nos conta a sua história. Ela está prestes a se aposentar da Ópera de Paris e a filmagem deste vídeo aconteceu no dia da sua última apresentação com a companhia.

Para vocês entenderem como o ballet da Ópera de Paris funciona, há quatro níveis: quadrilles, coryphées, sujets e premiers danseurs. Para subir é necessário passar por uma prova. Em média, os bailarinos demoram uns três anos para passar de um nível ao outro. Ou seja, até première danseuse depende de você. Chegou ao último nível? Agora só lhe resta o topo, ser étoile. Mas para chegar lá é preciso ser nomeado pela direção da companhia. Quem me explicou isso foi a querida leitora Julia, que estuda ballet na França.

Pois bem, Véronique Doisneau parou em sujet. Quem acha que basta fazer parte de uma companhia para todos os seus sonhos estarem realizados, repense. Assista e repense novamente. É um murro no estômago.

O vídeo está em francês, com legendas em inglês. Para ninguém ficar perdido, eu traduzi e, para facilitar, publiquei as quatro partes. Reservem um tempo e assistam. Os meus comentários virão depois.

Véronique Doisneau
Concepção: Jérôme Bel
Direção: Jérôme Bel e Pierre Dupouey
Filmado em setembro de 2004

Parte 1: “Boa noite. Meu nome é Véronique Doisneau. Eu sou casada e tenho dois filhos, de seis e doze anos. Eu tenho 42 anos e vou me aposentar em oito dias. Hoje à noite é a minha última apresentação na Ópera de Paris. Para aqueles que estão distantes, as pessoas dizem que eu pareço com a atriz francesa Isabelle Huppert. Quando eu tinha 20 anos, eu operei de uma hérnia de disco, precisei retirar toda a vértebra danificada. Eu nunca mais deveria dançar. Na hierarquia do ballet da Ópera de Paris, eu sou sujet. Isso significa que eu posso dançar tanto partes do corpo de baile quanto papéis de solista. Eu ganho 3.600 euros por mês, aproximadamente, 23 mil francos franceses. Eu nunca me tornei uma étoile. A questão nunca veio. Eu acho que eu não era talentosa o suficiente, e era muito frágil fisicamente. O encontro com Rudolf Nureyev foi fundamental para mim. Ele entendia tudo. Ele nos passou a ideia de que era pelo domínio da linguagem da dança que a emoção é criada. Acima de tudo, ele nos disse para respeitar o sentido do movimento, e não interpretá-lo. A propósito, eu amo dançar a segunda variação do pas de trois do Reino das Sombras do terceiro ato de seu “La bayadère”. [Véronique Doisneau dança essa segunda variação.] Os ballets que prefiro dançar são os dos coreógrafos Marius Petipa, George Balanchine, Rudolf Nureyev e Jerome Robbins. Os que eu não gosto de interpretar são os de Maurice Béjart e Roland Petit. Eu também aprendi muito com Merce Cunningham. Dançar em silêncio e estar atenta ao ritmo dos outros bailarinos. Eu vou executar uma cena do seu ballet “Points in space”.”

Parte 2: [Véronique Doisneau dança uma cena de “Points in space”, de Merce Cunningham.] “Eu realmente teria gostado de dançar papéis masculinos. Por exemplo, Abderame, de “Raymonda”. Ou os papéis melancólicos de “The Four Temperaments”, de Balanchine. Mas meu sonho era dançar “Giselle”. [Véronique Doisneau dança um trecho do segundo ato de “Giselle”.] Erguida pelo partner. Erguida pelo partner. Eu fui inspirada por grandes bailarinas: Yvette Chauviré, Natalia Makarova, Dominique Khalfouni. Hoje, eu adoro assistir à Célice Talon dançar. Eu a acho sublime em “Giselle”, de Mats Ek.” [Célice Talon dança um trecho do ballet citado enquanto Véronique a assiste.]

Parte 3: “Uma das coisas mais bonitas do ballet clássico é a cena de “O lago dos cisnes” em que 32 bailarinas do corpo de baile dançam juntas. Mas nessa cena, há longos momentos de imobilidade, de poses. Nós nos tornamos uma decoração humana para ressaltar as étoiles. E para nós, é a coisa mais horrível que fazemos. Eu mesma, por exemplo. Eu queria gritar ou até sair do palco. Eu mostrarei a vocês uma parte do segundo ato, mas para isso, eu preciso de uma gravação da música do ballet. Bruno, você pode colocar a música, por favor? Só um pouco mais alto. Obrigada.” [Véronique Doisneau dança o adágio do segundo ato de “O lago dos cisnes”.]

Parte 4: “No fim do espetáculo, eu amo ouvir a plateia. E os agradecimentos. Assim. Ou ainda.” [Véronique Doisneau sai do palco…]

*

Véronique Doisneau e eu acalentamos o mesmo sonho: dançar “Giselle”. Ela tem uma lista de coreografias que gostaria de dançar, eu também. Uma bailarina da Ópera de Paris e eu com algumas das mesmas questões. O que acho disso? Horrível. Porque mostra que você pode estudar a vida toda, subir mil degraus na carreira e continuará carregando a frustração na bolsa. Como não se angustiar quando ela dança “O lago dos cisnes”? No ballet, só existe o topo. A medalha de ouro. O restante é figuração. Triste. Triste demais.

A intenção do post não é discutir esse assunto, mas ver que uma bailarina conseguiu nos mostrar, com tamanha dignidade e melancolia, como as coisas realmente são.

18 comentários sobre “Véronique Doisneau

  1. Esse sem dúvida é o momento de refletir: será que vale a pena eu dedicar toda a minha vida, todos os meus dias, meu corpo, minha mente e meu coração ao sonho do ballet profissional? ou melhor, será que esse sonho é justo? é mesmo tão bonito que um fique no holofote enquanto tantas outras estão por trás, sempre atrás? Eu não acho justo. E nem bonito. Por isso nunca na vida considerei tentar ballet profissionalmente. Porque eu entendo que a dança tem significar algo pra mim, a primeira e mais importante pessoa que tem que ver a minha beleza ao dançar, sou eu mesma. É por isso que eu entendo porque tantas pessoas procuram a dança em outras fontes. Porque as vezes (muitas vezes) o ballet te cobra uma perfeição que ele não vai te retribuir nunca… E pode parecer recalque e hipocrisia, mas eu realmente não dou valor a essa eterna corrida por glória e perfeição…Porque isso só dá dois resultados: grandes carreiras belíssimas de pouquíssimas bailarinas e milhares MILHARES de pessoas frustradas porque não foram boas o suficiente, mesmo tendo dado tudo de si. Ou melhor, na minha opinião, que sei que pode parecer cruel, milhares de pessoas cegas que não souberam enxergar sua própria beleza e viveram à sombra de outras glórias que nunca seriam suas. Porque o simples fato de conseguir dançar lindamente uma coreografia, sozinha, ou apenas para amigos, sem nenhum aplauso, sem dinheiro, sem glórias não é tão bom assim? Isso é arte? Depender eternamente do reconhecimento alheio? É como um pintor que acha que não tem talento porque seu quadro nunca vai ser tão famoso quanto a Monalisa. Isso é ridículo. Fama, oportunidade, dinheiro são coisas que não dependem do talento, da qualidade mas sim da sorte. Pura sorte. Já chega de sofrimento. Tem tantas crianças pobres em países de terceiro mundo que dariam tudo pra fazer apenas algumas humildes aulas de qualquer dança que fosse, pessoas sofrendo por coisas reais… Chega, a vida não merece essa eterna comiseração e auto-piedade.

  2. Cássia, Cássia…. Lá vem você de novo trazendo esse INCRÍVEL momento de reflexão…. simplesmente magnífico, belo e melancólico. Chorei vendo-a dançar Gyselle, fiquei paralisada vendo-a dançar o corpo de baile do lago…. Que coisa de arrepiar! Pois é, mesmo sendo profissional, linda, não conseguiu atingir todos os seus sonhos e objetivos…. Por isso o Ballet fascina: porque queremos buscar o impossível, impassível, apaixonante, e vemos como isso é difícil e está longe; ao mesmo tempo, somos não desistimos, somos apaixonadas, de modo que mesmo sabendo da pouca correspondência deste amor, ele fica vívido em nosso coração, nós o queremos cada vez mais….

  3. Nossa, chorei. Como pode uma coisa ser tão linda e horrível ao mesmo tempo? Porque o Ballet é assim… nossa, não tenho palavras pra descrever os sentimentos que esses vídeos me fizeram sentir.
    Cássia, esse foi de longe o seu melhor post! Mais uma vez, obrigada.

  4. Essa bailarina é muito corajosa. Não é fácil admitir para nós mesmos que não conseguimos realizar nossos sonhos. E que os motivos sejam vários, que seja por saúde, falta de sorte, injustiças várias ou mesmo falta de oportunidade. É preciso muita coragem para dizer isso em volz alta – que dirá em frente a uma plateia -, de admitir para si mesmo que, bem, não foi do jeito que se imaginou.

    Achei realmente tocante a sinceridade dela, contando de suas próprias limitações físicas e artísticas, falando de suas preferências e desejos. Quando ela dança “Giselle” murmurando a música dá pra realmente sentir o quanto ela ama esse ballet, o quanto ela se imaginou naquele papel e o quanto ela se sentiu feliz e triste ao mesmo tempo de estar dançando-o um pouco de frente para uma plateia.

    Mas a parte que emociona mesmo é o adagio do segundo ato de “O Lago dos Cisnes”. É perceptível a tristeza profunda que emana dela ao fazer cada pose, sabendo que o holofote está voltado para o centro do palco e nunca para ela. Mas mesmo com essa dor, ela dança impecavelmente (inclusive, que movimentos de braços lindos ela tem!). Isso é ser profissional. É fazer bem mesmo aquilo que não te deixa confortável.

    Eu não sei se é falta de sorte ou destino ou nós mesmos, mas nem sempre realizamos nossos sonhos. Conseguir um emprego tão sonhado, terminar um grande projeto… nada disso é garantia de que chegaremos ao topo. Mas isso não deve nos tirar o amor pelo que fazemos.

    Acho que essa foi a grande lição que tive com o vídeo da Veronique.

  5. Puxa como é triste saber isso, fiquei com uma dor aqui no peito quando vi ela falando sobre essa frustração.Mesmo assim ela demonstra o quanto é apaixonada pela dança.

    E nós q nunca vamos chegar ao lugar que ela chegou ficamos aqui pensando como seria se estivéssemos no lugar dela.

    Parece com a lenda do ” pássaros feridos, que mesmo sabendo q vai morrer canta a mais bela canção, é assim q senti quando ouvi ela contar sua trajetória,mesmo sabendo q nunca vai alcançar tudo q sempre sonhou, dança como não existisse o fim.

  6. Cássia, parabéns e obrigada pela postagem.

    Bailarinas convivem com a dor, com a frustração e com as críticas a vida inteira, mas continuam mantendo a beleza e transmitindo leveza para o público. Nem que por dentro os sentimentos sejam completamente conflitantes.
    São perfeitas, todas. Mas como você disse… o Ballet não distribui medalhas de prata.
    E a eterna cobrando pessoal pelo ouro permanece…

  7. Olá Cássia!
    Obrigada por traduzir!! Se não não teria entendido nada!!
    Amei seu blog!! E compartilho de muito sobre sua visão do ballet. Eu também comecei tarde, com 26 anos (tenho 27) e sou gordinha com peitos grandes e de estatura baixa, ou seja, não deveria estar fazendo ballet. Mas ele é lindo e nos encanta e faz bem para nossa cabeça e coração, enfim, danço por hobby mesmo, assim como muitas pessoas tocam um instrumento musical por hobby. Acredito que o ballet tem suas dificuldades profissionais igual ocorre com outras profissões. Pensem em instrumentistas de grandes orquestras. Imaginem que o cara passa a vida toda estudando violino, 20h por dia, mas nunca consegue ser eleito o spalla da orquestra (tipo uma primeira bailarina), e quem consegue é aquele cara cujo maestro simpatiza… Enfim, essas coisas acontecem em muitas profissões e temos que nos adaptar e seguir e, frente pois nunca estaremos ilesos de sofrermos algumas frustrações, e teremos que lidar com elas e seguir em frente. É isso ai pessoal, abraços!

  8. Nossa! Não conseguia entender bem o que ela queria dizer até vê-la dançando O lago dos cisnes, é mesmo angustiante! E eu nunca tinha me atentado para isso assistindo O lago (ou qualquer outro repertório), só conseguia achar lindo e ponto. Realmente triste que em uma vida inteira dedicada ao ballet se passe a maior parte do tempo como “decoração humana”, ela estudou a vida toda, chegou numa grande companhia, e ainda assim jamais dançou os papéis que queria e vai sair de lá com tantas frustrações…O documentário mostra isso com muita delicadeza, não precisa ela dizer “não me sinto realizada”, vê-la dançar diz tudo!

  9. 😯
    é um tapa! Dá um aperto o tempo todo.
    Mas é tão lindamente-triste a parte que ela dança Giselle cantarolando!
    E essa parte do Lago dá uma coisa que não dá pra exprimir, mas ela mostra muito bem.

    É meio como eu me sinto.

    Beijocas!

    ps: jogando a melancolia na parede, quero chegar aos quarenta e dois como ela!

    1. Vc matou a charada… é lindo e ao mesmo tempo de cortar o coração ela dançando e cantando a música de Giselle. E a expressão, aquele olhar transbordante de infelicidade que ela faz durante o grand pas de deux do Cisne Branco…

      Impossível não se comover!

  10. A verdade é que é raridade ter alguma de nós bailarinas nao profissionais (ainda) que conheça sequer o nome de uma bailarina de corpo de baile de uma grande companhia. Serio nunca reparei nisso hj so conheço o trabalho de solistas e primeiras bailarinas. Pq? Meu sonho é me realizar profissionalmente como bailarina e entrar numa companhia e quem sabe ser primeira bailarina, mas assim como solistas e primeiras bailarinas querem reconhecimento o corpo de baile tambem deseja. Pq sera q quase q sem querer desprezamos tanto o corpo de baile tendo plena consciência que podemos ficar por la para sempre ( e chegarmos la). Eu acho isso muito triste e depois de assistir sentir vergonha de toda vez que assisto um ballet nao tirar os olhos da primeira bailarina.

  11. Primeiro: Que doc maravilhoso!!!! Vou procurar pra postar ele lá no blog. De preferência, sem legendas, assim posso colocar os textos que traduziu… Claro, com os devidos créditos!!!

    Segundo: Realmente faz a gente parar pra refletir… No segundo ato do Lago ela demonstrou muito mais que a tristeza bem típica daquele personagem, é uma tristeza que vem da alma!!!! Deu pra sentir, é como se o trabalho de uma vida toda não tivesse valido a pena…
    E nesse caso, ela conseguiu mostrar uma relação que eu nunca tinha parado pra pensar…
    Eu sempre fiz uma analogia comparando sol e lua com música e dança. Na minha concepção, o sol tem força suficiente pra existir sozinho, mas a lua depende do sol para existir. Da mesma forma, a música pode existir sozinha, mas a dança só se destaca quando há a presença de música. Sem ela, são apenas corpos em movimento (pelo menos, na minha concepção!!!).
    Mas agora, acrescento uma terceira analogia: a relação entre solistas e corpo de baile. Como se vê nas apresentações de gala, os casais tiram de letra pq eles são o foco da atenção. Agora faça uma concepção da mesma cena (no caso, essa mesma do Lago dos Cisnes), mas só com o corpo de baile… definitivamente não é a mesma coisa!!!

    Tô sem palavras pra descrever o que estou sentindo… Agora eu vejo que minhas reclamações por não conseguir fazer um passo direito na ponta não são nada diante do relato de uma bailarina profissional que, infelizmente, não conseguiu se realizar plenamente…

  12. Ah, Cássia, que bom que compartilhou o vídeo! Eu o achei tão lindo, triste e real que quis mostrá-lo a você, e por meio de você, a várias outras bailarinas que acompanham seu blog. Eu mesma achava que ser parte de uma companhia bastava. Eu passei no teste do Bolshoi esse ano, mas não fiz a segunda fase. Provavelmente, farei o teste novamente ano que vem, e farei a segunda fase também, se passar na primeira. Eu achava, antes de ver esse vídeo, que quando eu me formasse como bailarina, bastaria-me ser de uma companhia, mesmo que como corpo de baile. Quando pensava que talvez nunca chegaria a primeira bailarina, me consolava dizendo que o corpo de baile também é muitíssimo importante, pois se o corpo não for bom, a companhia não é tão boa. Depois de ver esse documentário, eu parei e refleti muito sobre o futuro.
    Aliás, acho que Véronique nos faz refletir, não só sobre a profissão de bailarina, mas sobre as outras profissões também. Será que devemos nos contentar com um diploma, e em sermos subordinados? Todos queremos ser chefes (ou no nosso caso em particular, primeiras-bailarinas), verdade seja dita.
    Achei o documentário muito triste porque ele mostra uma coisa da qual todas as pessoas têm medo: a de não se sentir realizado, de viver frustado.
    Fico feliz que tenha gostado e compartilhado.
    Eu é que lhe agradeço 🙂

  13. Estou engasgada…

    Mas enfim, o ballet nunca foi democrático mesmo. Lembro-me de uma entrevista feita pela Globo a algumas bailarinas do New York City Ballet e do American Ballet na ocasião da divulgação do filme “Cisne Negro” no Brasil. Bailarinas essas que fizeram figuração no filme. E me lembro nitidamente de uma solista de origem oriental, integrante do AB, contando que lá nem sempre se costuma privilegiar necessariamente os melhores talentos, e que existe todo um jogo de interesse$$$ e “QIs” por trás da nomeação de muitas prima-ballerinas. Eu guardo comigo o palpite de que não há bailarinas/os de outras raças que não a caucasiana no topo do AB (e da maioria das companhias), exatamente por esse motivo. Se eu encontrar esse vídeo, posto aqui.

    Mas só pela coragem de continuar dançando mesmo colocando em risco sua já avariada coluna vertebral, Veronique ganhou minha admiração. Em um mundo no qual coragem, determinação e dedicação nem sempre são recompensados, ela foi uma batalhadora.

  14. Nem sei o que dizer…
    Quando li esse post e vi uma bailarina tão boa que começou desde criança, dança bem e estava numa companhia renomada como a Ópera de Paris – uma profissional – ser tratada como um mero objeto da companhia que está lá apenas para uso dela me fez ficar triste e ao mesmo tempo repensar nas minhas frustrações agora que comecei a dançar depois de adulta.
    Entrar numa companhia nunca foi meu objetivo, muito menos ser professora. Às vezes, ficava frustrada por não conseguir levantar tanto a perna ou acertar certo passo, mas agora depois dessa, vi o quanto minhas frustrações são pequenas.Ela estudou a vida inteira! Teve a chance de entrar em uma companhia que muitos se matariam para estar lá para no fim não ser reconhecida, não ter dançado os papés que queria e sair de lá com frustrações que talvez carregue para a vida inteira.
    TRISTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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