Barra fixa em casa

No post Estudar em casa, comentei sobre ter uma barra fixa a nosso dispor. Não falei da boca para fora, eu realmente tenho uma no meu quarto.

Eu tirei a foto com a webcam do notebook. Não ficou boa, mas dá para vocês terem uma ideia.

Do lado esquerdo é a porta do quarto. Do lado direito, o meu guarda-roupa. A barra tem 1,64m de comprimento e toma quase todo o espaço. O meu quarto é grande e não há móvel algum pelo caminho. Eu dispus todos eles pelas paredes: mesa, estante, cama, guarda-roupa, mesa de cabeceira. Sendo assim, dá para eu me esticar sem bater em nada.

Antes de ter uma, os pontos importantes:

Espaço
Para analisar se o espaço é viável, é muito simples. Posicione-se ao lado do local da futura barra e faça lentamente um grand battement devant e outro derrière. Bateu em alguma coisa? Mude algo de lugar ou escolha outro espaço. O que não vale é se machucar.

Piso
Sobre o revestimento do chão, é importante ter linóleo caso o piso não seja de madeira. Não é possível ter linóleo? Então, tome cuidado para não escorregar. Nada de giros com emoção.

Barra
A minha é uma vara de cortina. Para fixá-la, meu pai comprou dois suportes de antena externa. Esses materiais são facilmente encontrados em lojas de materiais de construção.

Altura
A Ana, professora de ballet, comentou algo importantíssimo que eu esqueci de falar: a altura da barra. Ela disse para estar a um metro acima do chão. Como eu sou pequena, sempre meço qualquer coisa em casa de acordo com a minha altura. A minha barra está na altura do meu cotovelo, medindo a partir do chão, para que meu antebraço fique reto quando apoio a mão na barra.

Fixação
Se você nunca colocou nem quadro na parede, nem ouse fixar uma barra. É preciso conhecimento. Ao treinar baterias, nos apoiamos na barra e ela suporta um peso bem maior que o nosso. Sendo assim, há uma maneira específica para fixá-la na parede. Se ninguém da sua família sabe como fazer isso, contrate alguém. A minha sorte é que o meu pai faz tudo na minha casa.

Contraindicação
No começo, é automático: basta passar pela barra que a gente se estica. Além de ser ótima para pensar na vida. Também virei “a doida do tendu“, faço direto. E para aquelas que não moram sozinhas, sempre alguém da sua família vai parar ao lado da barra e tentará imitar alguma coisa. A minha mãe, por exemplo. Agora ela quer fazer ballet.

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Se você quiser ou preferir uma barra móvel, é possível fazer uma linda barra com tubos de PVC. Para assistir ao vídeo, aqui.

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Texto atualizado em 15 de maio de 2020.

Barra: sequência fixa ou variável?

Há tempos eu pensei em escrever sobre o assunto e repensei quando a Carol escreveu sobre a sua dificuldade na barra fixa. Afinal, o que é melhor?

Sequência fixa é aquela montada pela professora no início do semestre ou ano e mantida até o seu término. Há uma ou outra modificação para dificultar os passos ao longo do tempo, mas a base segue intacta.

Sequência variável é aquela montada pela professora a cada aula. Ela explica, prestamos atenção e depois repetimos.

Eu já passei pelas duas.

Tenho uma excelente memória. Desde os meus tempos de teatro, nunca tive dificuldade para decorar textos, hoje não tenho para decorar coreografias.

Porém, eu sou muito focada. Nas aulas de ballet, a minha prioridade sempre é aprender o passo da melhor forma. Eu presto atenção em tudo o que a professora faz. Guardo as suas explicações. Pergunto. Sou daquelas pessoas que precisa entender algo com começo, meio e fim para fazê-lo bem.

Sendo assim, eu sempre preferi a sequência fixa. Prestava atenção no passo e aprendia. Dali em diante, bastava decorar a sequência e pronto. Com o tempo, era algo completamente orgânico para mim, fazia os passos sem pensar, me preocupava apenas em fazer direito.

Já a sequência variável é um tormento. Presto atenção no passo, mas esqueço completamente a sequência. Daí não faço nem uma coisa, nem outra. Tento decorar, mas prestar atenção na realização do passo sempre acaba sendo mais importante. No fim das contas, faço meia-boca, tenho a sensação de não ter feito nada, parece que a aula passou e eu não aprendi.

Além disso, acho que perde-se muito tempo de aula. A professora faz uma sequência, todo mundo para e presta atenção, repetimos, ela explica de novo, repetimos. Uma eternidade.

No caso da sequência fixa, a turma faz tudo e pronto, cabe à professora apenas a correção. E outra coisa que gosto nesse caso é que consigo perceber o meu desenvolvimento. Se no começo do semestre o meu grand battement é baixo, lá no fim ele está acima de 90º ou sustento a minha perna por mais tempo. Eu mesma acompanho a minha evolução sem que a professora precise me dizer.

É importante ressaltar que trata-se de uma preferência pessoal, não há qualquer base técnica ou pedagógica nisso. É apenas a maneira como eu aprendo melhor.